No ano em que a Operação Lava Jato completa 10 anos, duas empresas que protagonizaram alguns dos maiores episódios de corrupção do Brasil voltaram a participar de licitações da Petrobras. As personagens em questão, as construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht – atual Novonor, que estavam proibidas de integrar os processos licitatórios da companhia, conseguiram voltar ao páreo depois que a petroleira as reabilitou no final do primeiro semestre do ano passado.
Com a liberação para participar dos certames, as empresas venceram lotes de uma licitação para as obras de complementação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). A Consag, empresa da Andrade Gutierrez que atua no mercado privado, venceu dois lotes, com valores da ordem de R$ 3,7 bilhões. Já a Tenenge, empresa da Novonor, ganhou três lotes, com uma cifra total acima de R$ 5 bilhões.
No entanto, a licitação do chamado segundo trem de refino da Abreu e Lima acabou se tornando alvo do Tribunal de Contas da União (TCU), que em um relatório de fiscalização de obras públicas apontou “risco às licitações” nos acertos para retomada das obras. De acordo com o relatório, o risco decorreria da falta de competitividade e propostas significativamente maiores que o orçamento referencial.